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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Suspensão da Rússia para a carne brasileira afetará o Tocantins

Por George Henrique
Ascom/Sindicarnes
Foto da internet
Devido a detecção da presença de ractopamina e outros estimulantes de crescimento em carnes suínas do Brasil, a Rússia anunciou na última segunda-feira, 20, restrições temporárias à carne bovina e suína brasileira a partir de 1° de dezembro. As indústrias tocantinenses Boi Brasil, Cooperfrigu, Minerva e Plena serão afetadas pela suspensão.

Conforme comunicado do serviço veterinário e fitossanitário da Rússia, substâncias como ractopamina e outros estimulantes para o crescimento da massa muscular dos animais foram encontrados. “Infelizmente, o Rosselkhoznadzor é forçado a afirmar que, de acordo com os estudos laboratoriais, os estimulantes de crescimento banidos foram novamente detectados nos produtos de criação de gado que chegam à Rússia do Brasil em 2017”, afirmou.

Segundo o departamento russo, serão suspensas as exportações brasileiras de 59 frigoríficos de carne bovina e 32 de carne suína até que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tome as providências necessárias. A Rússia diz ainda que, “para regular a situação e obter informações confiáveis do lado brasileiro”, o Rosselkhoznadzor enviou uma proposta ao órgão brasileiro, no dia 16 de novembro, para conversar o mais rápido possível.

Tocantins
Dados divulgados pelo Sindicato das Indústrias de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes/TO) revelam que as quatro unidades afetadas pela decisão exportam cerca de 20 mil toneladas de carnes bovinas à Rússia por ano. Esse número representa 60% de toda a exportação tocantinense de carnes.

Em volume financeiro, o Tocantins arrecada R$ 260 mi anualmente com exportações para o mercado russo. O presidente do Sindicarnes, Oswaldo Stival Júnior, alega que nenhuma indústria do estado exporta produtos com ractopamina à Rússia e defende a proibição dessa substância em todo o Brasil.

“O mercado russo é muito importante para nossas indústrias e, também, para a economia do nosso estado. É o maior importador de nossos produtos e esperamos que essa situação seja resolvida o mais rápido possível”, disse.

Oswaldo Stival Júnior revelou o trabalho das indústrias tocantinenses para conseguirem habilitação de exportar à União Europeia e comemorou a iniciativa do Governo do Tocantins em enviar à Assembleia Legislativa um projeto de lei que veda a comercialização, distribuição e utilização da ractopamina no estado.

“Esse PL é um grande avanço para o Tocantins, pois tanto a Rússia quanto a União Europeia proíbem a importação de produtos em que se detecta o uso desta substância, exemplo que o Brasil estará temporariamente suspenso por encontrar este produto na carne suína. É uma medida que, se sancionada como lei, trará mais garantias de fiscalização contra essa substância”, ressaltou Stival.

O projeto foi enviado à AL ainda em 2016 e passou por aprovação na última quarta-feira, 22, em 1ª e 2ª fase. O processo nº 103/2016 seguirá agora ao governador Marcelo Miranda para ser sancionado como lei. “Os deputados se sensibilizaram com o anúncio da suspensão e agiram rápido para aprovar o projeto, torna-lo lei e demostrar a eficiência de nossa cadeia produtiva”, finalizou o presidente.

Mapa
De acordo com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, muitos países permitem o uso da ractopamina. “Nós temos um programa no ministério em que nós rastreamos isso, e nós vamos dar a garantia de que o produto que vai pra Rússia não tem (a substância). Agora, se alguma empresa fraudou ou deixou passar ou não conseguiu controlar isso, compete a eles fazerem as observações e, a nós, fazermos as correções aqui”, explicou.

O ministro não considera que o mercado russo esteja fechado para o produto brasileiro. “É uma coisa que acontece permanentemente nas fiscalizações. Só três empresas que foram citadas aparecem com esse problema, o restante continua trabalhando”, destacou.

Em nota divulgada na última terça-feira, 21, o Mapa solicitou às autoridades russas certificados do serviço de inspeção e os respectivos laudos laboratoriais indicando a presença de substâncias proibidas na carne brasileira. Segundo o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), o Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para a exportação de carne para a Rússia, o que impossibilitaria a detecção de ractopamina no produto do Brasil.

“Diante das informações prestadas pelo Rosselkhoznadzor, o Mapa solicitou o envio dos certificados do serviço de inspeção e os respectivos laudos laboratoriais indicando a presença do estimulante de crescimento para que possa fazer uma investigação interna e, consequentemente, as correções necessárias em caso positivo”, diz a nota.

ABPA
O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, disse que o Brasil apresentou todas as comprovações de que a carne destinada ao mercado russo é produzida sem a ractopamina.

“Como principal parceiro da Rússia no setor, responsável por quase 90% da carne suína importada pelo país, a suinocultura brasileira reafirma seu interesse na manutenção das exportações, que são importantes para o Brasil e para a Rússia”, disse Turra.

Ractopamina
A adição de ractopamina a dietas de terminação de suínos aumenta a deposição muscular e reduz a deposição de gordura. O ganho do peso vivo aumenta com pequenas diminuições na ingestão diária de ração. A magnitude da resposta à ractopamina é maior para um maior ganho de carne magra em suínos com alto ganho de carne magra.

Segundo Instrução Normativa da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) nº 09, de 21 de fevereiro de 2017, publicada no Diário Oficial em 08 de março de 2017 e que complementa a Instrução Normativa SDA nº 42, de 20 de dezembro de 1999, o uso da ractopamina na cadeia de carnes bovinas, suínas e derivados é proibido. A instrução faz parte do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Animal – PNCRC de 2017.

Essa instrução submete as análises dos produtos em laboratórios oficiais credenciados pertencentes à Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, na forma estabelecida pela Instrução Normativa nº 57, de 11 de dezembro de 2013.

(Com informações do Canal Rural, Sputnik Brasil e Norte Agropecuário)

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