ARTIGO DE OPINIÃO
Por George Henrique
Em tempos de protestos, mobilizações populares contra a corrupção, paralisações, lutas por direitos e liberdade de expressão a população alvoradense é golpeada por grupos políticos e veículos de comunicação manipuladores.
É ridículo (desculpe a expressão) a forma como transformam mentiras em verdades e apontam culpados somente para destruir a imagem do "adversário". Aprendi a gostar de política, mas estou enojado com o que está acontecendo na cidade que tanto amo (talvez me ataquem por estar morando em Gurupi agora).
Ontem observei algumas polêmicas em redes sociais e sites sobre um projeto de lei de reajuste salarial para o funcionalismo público municipal tramitado na Câmara de Vereadores. Ao ler cada opinião e notícia me veio à lembrança de que as sessões da casa de leis são transmitidas ao vivo no Facebook.
Como um apaixonado pela política e pelo município me debrucei em assistir a sessão extraordinária de pouco mais de uma hora e trinta minutos, realizada nesta terça-feira, 26 de junho.
Estou aterrorizado, não com a sessão, mas com a distorção dos fatos à população. Sim, crise existencial. Se não fosse os amigos sinceros, os jovens da igreja e meus familiares confesso que desistiria de amar Alvorada. Não só por esse fato, mas por tantos outros que estão acontecendo.
Tenho vários motivos para tamanha indignação, entre eles a circunstância de ser acadêmico de jornalismo. Mas, vamos pontuar os fatos. São simples de entender, embora a polêmica seja toda frustrada de conhecimento.
O prefeito de Alvorada enviou dois projetos de leis de reajuste salarial. O primeiro concede 8% de aumento para servidores que recebem entre R$ 954 e R$ 1.120. O segundo confere reajuste de 6,81% aos professores. Ambos, retroativos a 01 de maio de 2018.
Ao analisar o projeto de lei e ver a viabilidade financeira do município, todos os nove vereadores aprovaram os reajustes, mas anexaram uma emenda modificativa para que o retroativo seja referente a 01 de janeiro de 2018, e não a 01 de maio, conforme texto do projeto de lei.
Aprovada a lei com a emenda, por unanimidade, o presidente da casa enviou para o conhecimento do executivo e sanção ou não da lei.
O prefeito, ao julgar inconstitucional a emenda parlamentar, conforme artigo 55, parágrafo 1º da lei orgânica do município, vetou parte do projeto revogando o retroativo do reajuste para 01 de maio. Enviou novamente à Câmara para aprovação ou não do veto.
De acordo com o artigo 55 da lei orgânica do município de Alvorada, parágrafo 3º, a votação do veto deve acontecer de forma secreta. Por 7 votos a 2, o veto do prefeito para o quadro de servidores foi derrubado. Por 6 votos a 3, o veto do chefe do executivo para os professores também foi derrubado.
Isso significa que, de qualquer forma, os servidores municipais do quadro administrativo e os professores irão receber o reajuste salarial de 8% e 6,81%, respectivamente. A única incerteza é se receberão retroativo a 01 de janeiro de 2018 (defendido pelos vereadores) ou a 01 de maio de 2018 (defendido pelo prefeito).
Entrei em contato com alguns vereadores. Me informaram o seguinte: a Câmara vai entrar na justiça para que a emenda modificativa seja mantida e os funcionários recebam retroativo a 01 de janeiro e, provavelmente, o prefeito entrará para que a emenda seja derrubada e os funcionários recebam retroativo a 01 de maio.
Antes de terminar, gostaria de entender porque noticiaram os nomes dos vereadores Javan Querido, Leni Zuffo, Adomilton Leão, Mirá e Nei China como parlamentares que votaram contra o reajuste salarial sendo que o voto não era para o reajuste e sim para o veto sobre o retroativo?
Outra indignação. Falta compromisso com a verdade. Parem de manipular o povo. O voto foi secreto e, nas duas votações, mais de cinco vereadores votaram contra os vetos do prefeito para prevalecer o retroativo de 01 de janeiro. Na primeira foram 7 votos contra o veto do prefeito, na segunda foram 6 votos.
Por favor povo de Alvorada: não se deixem manipular pelos políticos, sejam A ou B, não entrem nesse jogo. Participem das sessões, cobrem o poder público, visitem a prefeitura, sejam mais ativos e menos massa de manobra. Se deem a oportunidade de pelo menos questionar a veracidade do que vos passam.
Espero não ser xingado, coagido ou menosprezado por opinar e esclarecer a manipulação política e midiática disfarçada de serviço à comunidade. Já que colocam o nome de Deus em tudo, saibam que Ele abomina a injustiça e não gosta de ter seu nome invocado em vão.
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter". (Cláudio Abramo)
A Câmara não pede apresentar emendas que aumente despesa e, retroagir os efeitos financeiros a 1°. de janeiro de 2018, nada mais é que aumentar gastos com pessoal.
ResponderExcluirAdemais, no que se refere a salário de professores a base salarial é o piso da categoria.