Uma noite anormal já premeditava a maior tragédia aérea envolvendo um time de futebol do mundo. Ao sair da faculdade em Gurupi, entrar no ônibus em direção a Alvorada, a noite já reservava muitas surpresas. O ônibus, batizado pelos estudantes de "verdinho", estragou entre a Capital da Amizade e Cariri. Daí em diante tudo pareceu ter relação com o que viria a acontecer: uma luta para chegar ao destino final (Alvorada), que viera acontecer somente as 3h30 da madrugada.
Ao descer do veículo, cansado, motivado pela vontade de chegar logo em casa, links no Facebook já noticiavam uma tragédia com outro verde, o maior verde do Brasil, o "Verdão do Sul". O time encantador da Chapecoense, que disputaria a final da Copa Sul-Americana, deixou um grande suspense nos amantes do esporte e em todo cidadão de bem, até o dia amanhecer, e chegar as primeiras notícias da real situação do acidente. Cheguei em casa, apreensivo, fiquei acordado até por volta das 4h30 esperando mais notícias.
Acontece que nessa terça-feira o futebol perdeu a graça, o brilho não é mais o mesmo. Sentimento de tristeza toma conta de uma nação. Quem não trocaria qualquer título pelas 71 vidas perdidas de volta? Meu Palmeiras foi campeão brasileiro em um ano para se esquecer e, como torcedor, trocaria o título brasileiro por essas vidas e esperaria mais 22 anos por uma conquista, tranquilamente, escutando a zoação de qualquer amigo. O título perdeu a graça, o futebol perdeu a cor.
Encarar a realidade acadêmica hoje vai ser dolorido. Olhar futuros jornalistas reunidos em um ambiente de estudo enquanto as redações choram a despedida de tantos comunicadores que se foram nessa tragédia não será nada fácil. Entre tantos jogadores, haviam mais de 20 jornalistas que estavam cobrindo o momento histórico do time de Chapecó, mas que entraram pra história de um dia em que o verde da esperança tomou de conta de todo o Brasil. Há esperança na humanidade!
Nesse momento de dor, peço apenas a proteção divina para confortar cada família que perdeu seus entes queridos nessa tragédia. De tanto subir, a Chapecoense chegou até o céu para disputar uma partida de futebol no time de Jesus Cristo. Num gesto sublime, diversos clubes brasileiros e mundiais se solidarizaram através de textos e ações concretas, formando uma corrente de ajuda ao time que encantou o Brasil.
Conforto aos corações machucados...